Objetivo do projeto 'Horta na laje' é estimular a alimentação saudável, promover a economia doméstica e replicar as hortas nas outras lajes da comunidade.
Por Paula Paiva Paulo, G1 SP
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Dona Nena, de 71 anos, foi uma das alunas do projeto “Horta na Laje”,
oferecido pela Associação das Mulheres de Paraisópolis, na Zona Sul de
São Paulo. A aposentada não só aprendeu novas técnicas como relembrou de
quando trabalhava na roça, em Águas Belas, sua cidade natal, no sertão
de Pernambuco.
O projeto “Horta na Laje” ensina a plantar, colher, e a montar hortas
em ambientes domésticos das casas de uma das maiores favelas de São
Paulo. O objetivo é estimular a alimentação saudável, promover a
economia doméstica e expandir as hortas nas outras lajes da comunidade.
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Segundo a presidente da Associação das Mulheres, Elizandra Cerqueira,
há mais de 18 mil lajes em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São
Paulo, hoje com aproximadamente 100 mil habitantes.
“É o que a gente mais escuta nas oficinas, ‘nossa, estou lembrando da
época que tinha minha rocinha’. Isso é legal porque é um resgate da
identidade, da origem, da história”, conta a empreendedora Elizandra.
“80% da população [de Paraisópolis] vem do Nordeste, principalmente da
Bahia e Pernambuco”.
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As oficinas são grátis e surgiram em meados de 2017. Alecrim,
cebolinha, manjericão, louro, laranja, amora, jabuticaba, morango,
lavanda, alface – tudo foi plantado em recipientes na laje da União de
Moradores e Comerciantes de Paraisópolis, na Rua Ernest Renan, onde
acontece o curso. Além da oficina de hortas, a Associação das Mulheres
também oferece capacitação em culinária, assistente de cabeleireira,
encanadora, pedreira e assentadora de piso.Quando a horta ficou pronta, Elizandra sentiu que faltava alguma coisa.
“E foi aí que surgiu a ideia do bistrô, onde a gente contrataria as
mulheres que fizeram o curso de culinária, dando preferência para as
mulheres que estavam fora do mercado de trabalho ou passando por alguma
dificuldade, como vítimas de violência doméstica”.
Assim, no começo de 2018, foi inaugurado o Bistrô Mãos de Maria, também
na União dos Moradores. O espaço contrata mulheres capacitadas pelos
cursos, e usa o que foi produzido na horta – apenas alimentos orgânicos,
sem agrotóxicos. Em média, o bistrô serve 30 almoços por dia, no valor
de R$ 20 cada um. O empreendimento também é procurado para eventos, e
chega a receber 150 pessoas.
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“Quando as pessoas vêm aqui a gente fala que é a laje gourmet de
Paraisópolis”, brinca Elizandra. Além da capacitação profissional e
busca da independência financeira, o projeto quer aumentar a autoestima
das mulheres da comunidade. “Mostrar para essas mulheres que elas podem
sim sonhar e ter outra perspectiva da vida delas”, disse a presidente da
associação.
Elizandra conta que, quando ia procurar emprego, colocava no currículo
que morava no Morumbi (bairro que faz divisa com a comunidade), porque
se escrevesse que morava em Paraisópolis não era nem chamada para as
entrevistas. Ela quer que isso mude.“A gente queria que as pessoas lembrassem das coisas boas. A Paraisópolis do Gaudí (artista da comunidade conhecido como ‘Gaudí brasileiro), do balé, da orquestra, da Associação das Mulheres, da horta, do bistrô”, diz Elizandra.
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