Na última quinta-feira, 31 de janeiro, 319 pacientes aguardavam atendimento nos corredores dos maiores hospitais públicos
de Fortaleza e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Em resposta à
esta denúncia do Sindicato dos Médicos do Ceará noticiada pelo O POVO
Online nessa segunda-feira, 4, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)
elencou saídas.
Titular da pasta, Carlos Roberto Martins Rodrigues, o
dr. Cabeto, avalia que as primeiras medidas da Sesa terão resultados
percebidos em até 100 dias. Ele antecipa que o sistema de saúde cearense
terá mudanças drásticas e que nem sempre a saída à superlotação das
unidades é a criação de novos leitos.
"Temos que melhorar a eficiência das unidades,
trabalhar a efetividade e redefinir os papeis das unidades. Após uma
avaliação extensa e criação de protocolos, talvez seja necessário
ampliar parte da rede", diz o secretário, ressaltando o Instituto Doutor
José Frota 2 (IJF 2; parcialmente entregue) e a construção do Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, cuja entrega é prevista para 2020.
Ele pondera que é nacional a realidade de hospitais
atendendo demanda maior que a capacidade infraestrutural e que deve-se
garantir que Atenção Básica, postos de saúde, policlínicas, UPAs,
hospitais de pequeno porte e hospitais de alta complexidade sejam "parte
de uma estratégia".
Os números
O Sindicato dos Médicos e a Associação Médica Cearense (AMC) não mentem quando fazem alarde sobre os corredores lotados
do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital de Saúde Mental
Professor Frota Pinto (HSM), Hospital de Messejana (HM), IJF e Hospital
Albert Sabin (HIAS). O HGF registrou o maior número de pacientes nos
corredores (122), seguido pelo Hospital de Messejana (83). O
corredômetro é computado desde 2016.
Nas UPAs do Jangurussu, Canindezinho, José Walter,
Pirambu e Maracanaú, há 40 pacientes internados em estado grave por mais
de 24 horas. Essas unidades, entretanto, deveriam ficar reservadas
apenas ao atendimento de urgência e emergência. Assim, esses 40
pacientes, deveriam ter sido encaminhados aos hospitais.
É justamente sobre isso que fala dr. Cabeto: o uso
otimizado dos recursos para a saúde pública. O médico assume que é papel
da Sesa criar, implantar e gerir os protocolos de eficiência e promete
mudanças perceptíveis já nos próximos 100 dias.
Dentre outras ações, o pacote de melhorias abrange
campanha de educação da sociedade. "Isso hoje é feito de forma tímida",
completa o titular da Sesa. Informatização, planejamento, transparência e
capacitação continuada dos profissionais são outros pilares.
"É um processo longo. Queremos cumprir o desafio de
consolidar uma proposta estável, efetiva, longeva e transparente para o
Ceará, para não repetir ano a ano as soluções apontadas sem sucesso.
Construir esse processo é complexo mas acredito que dá pra fazer",
detalha dr. Cabeto.
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