Chuvas terminaram em maio na região, no extremo Sul do Ceará. Depósitos que armazenam água da chuva mudaram a vida dos produtores.
Agricultores do Cariri, no extremo Sul do Ceará, estão conseguindo
manter a produção mesmo em períodos de seca. O segredo são as cisternas
que armazenam água da chuva.
As chuvas por lá acabaram em maio, mas isso não impediu que milhares de
produtores de mais de 20 cidades da região continuassem produzindo.
Na propriedade de Ana da Silva, em Crato, duas cisternas garantiram a
sobrevivência da família, das 10 cabeças de gado, das galinhas e dos
porcos. Na roça, o cultivo da pimenta malagueta, alface e outros legumes
e verduras dá gosto de ver.
A instalação de cisternas significou uma mudança de vida. Agora, os
agricultores têm água para trabalhar o ano todo e tiram o sustento da
família sem enfrentar as dificuldades que tinham antes.
No sítio de Lúcia Ferreira, a carroça que servia para percorrer mais de
3 km para pegar água está aposentada. Ela também consegue colher o ano
todo e diz que está pensando, inclusive, em aumentar a produção. Tem
mamão, cajá-manga e mamona, por exemplo.
As cisternas foram trazidas pela associação cristã de base que ajuda
agricultores a conviver com a seca. Em três anos, já foram instaladas
mais de 300. E além delas, os produtores recebem capacitação, com
orientações para o cultivo e para o consumo da água.
Água e mais conhecimento fazem a produção se transformar em dinheiro.
Os produtos da roça são levados para uma feirinha, que ocorre uma vez
por semana. Ana diz que já consegue tirar até R$ 250 por feira e que não
falta dinheiro em casa.
Os produtores ganham com renda o ano todo e a população ganha com legumes, frutas e verduras de qualidade.
Mais de 1 milhão de cisternas já foram instaladas no Nordeste com
recursos do Ministério do Desenvolvimento Social. O volume total
investido é de R$ 3,4 milhões.
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