quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Nasa celebra Ano Novo com um sobrevoo histórico de corpo celeste







A sonda New Horizons da Nasa celebrou o novo ano com um sobrevoo histórico do corpo celeste mais distante e talvez o mais antigo já observado de perto, o Ultima Thule, a 6,4 bilhões de quilômetros da Terra.
"Vamos New Horizons!", exclamou o cientista-chefe da missão, Alan Stern, enquanto muitas pessoas explodiram de euforia no Laboratório John Hopkins de Física Aplicada, em Maryland, às 05h33 GMT (03h33 de Brasília) desta terça-feira (1), quando a sonda New Horizons orientou as suas câmeras para essa formação rochosa.
"Nunca antes uma nave explorou algo tão distante", disse Stern.
A transmissão de imagens ao vivo se torna impossível a essa distância e o primeiro sinal deve ser recebido cerca de 10 horas após o sobrevoo (14h45 GMT; 12h45 de Brasília). Só então os cientistas saberão se a passagem da sonda sobre Ultima Thule foi bem sucedida.
A sonda deverá tirar cerca de 900 fotos em questão de segundos, enquanto percorre 3.500 quilômetros.
"Agora é esperar que os dados cheguem, é uma questão de tempo", disse o subdiretor do projeto, John Spencer.
"Uma noite que ninguém vai esquecer!", exclamou o guitarrista do Queen, Brian May, doutor em Astrofísica que realizou um tributo musical para a ocasião.
Um primeiro clique do Ultima Thule, tirado a "apenas" 1,9 milhão de quilômetros, já mostrava uma surpresa: o objeto de pequeno tamanho (20 a 30 km de diâmetro) parece ter uma forma alongada, não redonda. Outras fotografias devem chegar à Terra nos próximos três dias.
O objetivo desta missão é entender como os planetas foram formados, explicou Stern.
"Este objeto está tão congelado que permanece em sua forma original", afirmou.
"Tudo o que aprenderemos sobre Ultima (sua composição, geologia, como se formou, se tem satélites ou atmosfera) nos informará sobre as condições de formação dos objetos do Sistema Solar", acrescentou.

Ultima Thule, descoberto em 2014, se encontra no Cinturão de Kuiper, um enorme disco cósmico que remonta à época da formação dos planetas, que os astrônomos chamam de "celeiro" do Sistema Solar.
Esta missão se mostra perigosa. A New Horizons percorre o universo a 51.500 km/h e, nessa velocidade, se atingir um fragmento do tamanho de um grão de arroz será destruído instantaneamente.
Ultima Thule deve seu nome a uma ilha distante da literatura medieval. "Significa 'além de Thule', além dos limites conhecidos do nosso mundo, simbolizando a exploração além do Cinturão de Kuiper", explicou a agência espacial em um comunicado.
Descoberto na década de 1990, esse cinturão fica a cerca de 4,8 bilhões de quilômetros do Sol, além da órbita de Netuno, o planeta mais afastado do Sistema Solar.
"É a fronteira da Astronomia", aponta o cientista Hal Weaver, da Universidade Johns Hopkins.
"Finalmente atingimos os limites do Sistema Solar", se entusiasma. "Esses objetos estão lá desde o começo e acreditamos que eles não mudaram. Vamos verificar".



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