Pacientes com a 'febre do vale' morreram dias após o diagnóstico. Ceará teve 10 casos da doença em 2017.
Duas pessoas morreram vítima de uma doença rara conhecida como “febre
do vale”, em 2017, no Ceará. Dez casos da doença foram registrados no
ano passado, sendo metade deles proveniente do município de
Independência. A Secretaria da Saúde enviou uma equipe de campo para
distritos do município a fim de orientar e investigar casos suspeitos.
A febre do vale é uma infecção causada pelo fungo Coccidioides
posadasii, registrada no Brasil desde a década de 1990. Segundo Rita
Cecília Martins Galvão, médica do município de Independência que atendeu
os casos, a região do Nordeste, por ser semirárida, é considerada uma
região endêmica desse fungo.
Caça de tatus /s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2017/01/13/tatu_sauena2.jpg)
Os casos registrados no Ceará estão relacionados principalmente à caça
de tatus no interior. As duas pessoas mortas pela doença tinham
histórico de prática da caça, segundo a médica. De acordo com a
secretaria, o adoecimento pode acontecer com a exposição a partículas
infectantes presentes no solo. Porém, essa exposição deve ser intensa.
“O exemplo mais comum é a prática de caçar tatus em que o caçador entra
na toca em busca do animal e se expõe ao fungo”, explica a secretaria.
Ainda de acordo com a médica Cecília Martins, trabalhadores da
construção civil, agricultores e pessoas que ficam expostas intensamente
ao solo estão sujeitas à inalação do fungo. Conforme a médica, a doença
não é contagiosa.
“A maioria dos casos é assintomático e se resolve espontaneamente. Os
sintomas são de infecção respiratório aguda: tosse, febre. Normalmente,
eles se resolvem espontaneamente, mas em uma parcela pequena, eles
progridem. Esses casos que progridem ou tem comprometimento pulmonar ou
podem levar à óbito”, esclarece a médica.
Os casos de Independência foram registrados de setembro a dezembro, e
as mortes ocorreram em um intervalo curto após a internação do paciente.
“Em independência, os recursos para o diagnóstico da doença são
limitados. Os pacientes são encaminhados para o hospital São José [em
Fortaleza], e iniciam tratamento lá. Cinco casos é considerado muito
porque é uma doença rara. No Ceará, não tem 100 casos registrados”,
destaca Cecília Martins.
Fonte: G1
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